o que pode valer o sabor de andar
à chuva o calor as rugas as ruas
o valor das mãos
os ossos um pulmão
a casa o tafetá
o saber de um coração
uma gargalhada
a conta bancária o elevador
as dezasseis válvulas a marca
o troco o sigilo um sorriso frouxo
de que vale um sofá
o ciúme
os meios um tiro as ruínas
se tudo é resina
resíduo pretexto inventário de pó.
o nome é a porta
o resumo
a rima
o corpo só vale enquanto chama
rama
raiz jogo que será cinza
o resto é só entretanto.
e em nome de tão pouco nos entregamos.
Isabel Mendes Ferreira, Canto Chão, 1992
8 comentários:
oh...
:)
(de nada....sem vírgulas)...
um verbo já tão perdido no tempo...
obrigada A.
pelo "andamento" da amizade.
bonito demais
( a valer )
e um BEIJÃO
para as duas
gosto tanto das palavras como da pintura.
a Ysabel foi abençoada pela deusa da Arte.
um beijo ângela.
De que vale tudo isto...apenas para sentirmos que estamos vivos, embora,no final tudo se resuma ao mesmo.
Mais uma vez saio daqui com um arrepio nao só pelas palavras mas também pela musica que as acompanham...
bom dia.....com beijo "moderno"....:)
signo e semiótico.
plim.
Uma tela fantástica e um texto elevadíssimo. Da Poeta.
Re.beijo
P
(e em nome da vida recebo a maré)
.
:)
E cá está mais um pedaço de bem dizer.
Antigo como poderia ser de hoje.
Obrigada Ângela
Um beijo
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