desagrada-me
a beleza:
simetria irreal
parada no tempo.
gioconda rodeada
de nipões.
gosto das ondas
que me escapam das mãos,
da pele que enruga,
dos cabelos que branqueiam.
gosto de uma chávena
quebrada, de uma mesa
com um calce,
de um dedo calejado,
do número ímpar da nossa porta.
essa é a beleza
do tempo
que passa:
como a vida assimétrica.
a beleza:
simetria irreal
parada no tempo.
gioconda rodeada
de nipões.
gosto das ondas
que me escapam das mãos,
da pele que enruga,
dos cabelos que branqueiam.
gosto de uma chávena
quebrada, de uma mesa
com um calce,
de um dedo calejado,
do número ímpar da nossa porta.
essa é a beleza
do tempo
que passa:
como a vida assimétrica.
6 comentários:
Preâmbulos acertados. E porque não!?
Ditosamente, há a poesia, onde se podem “verter” todas as assimetrias quotidianas.
:)
"o que não é levemente disforme tem o ar insensível; - de onde se segue que a irregularidade, isto é, o inesperado, a surpresa, o espanto, são uma parte essencial e a característica da beleza."
Baudelaire (in: o meu coração a nu)
gostei tanto que não comento com palavras minhas.
e desculpa ângela....mas eu mudava o título para: elogio da beleza.
beijo.
1º - rasura o "desculpa"
2º hesitei muito no título e pensei ainda mais depois do teu comentário:
ora, esta é a "tua" beleza, a "minha", a de algumas poucas outras pessoas. mas não é a beleza que se vende nas lojas de cosmética, nos anúncios da tv, no discurso da moda. por isso decidi manter "fealdade":)
um beijo, zé
Essa é beleza do tempo que passa. A mediocridade é sublime. Senão, o que seria de nós? Mas eu vejo o sublime na mediocridade, oras.
Um grande abraço.
eu também vejo, José Carlos!
:)
Abraço
o elogio da composição de todas as assimetrias.
lugar das misteriezas e dos ritmos da luz. poço que te é calo e segredo.
fealdade sim. a que nos despeja restos em cima da mesa onde outrora havia um coração em flor.
a beleza tem sempre o outro lado. espelho alacre.
,
beijos.
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