há palavras abortadas
que guardo na gaveta
da escrivaninha que nunca tive.
há imagens apenas sonhadas
que resguardo do vento
de leste.
há cheiros que me aquecem
nas noites de inverno.
há frutos maduros
que me sabem a ti.
há tecidos que toco
com os olhos fechados.
e há sinos de aldeia
na minha cidade.
o texto que fica
é o corpo da alma nossa.
7 comentários:
Lindo poema. Doce como as uvas, como o sino da minha aldeia. Um tom de Fernando Pessoa, talvez mais por ser um tom bem português, de uma suave nostalgia.
Beijos.
é o texto que fica. sim. sempre. o texto inscrito nas dobras de uma pele e de uma alma que não se dobra!
P.s.
vivam as miudas do norte.
Insurrectas e plenas.
.
anónimo doce.
também guardo sinos na minha memória. assim como estes. de sabor melancólico.
um beijo ângela.
mas eu posso. passar. como se fosse uma passa de uva. e dizer bom dia.
:)
beijo.
Gosto muito de ver aquele sorriso ali em cima...espero que nunca se desfaça....por motivo algum....
Abraço
há sinos que só as nossas "aldeias" sabem ouvir ... em memórias!
.
um beijo
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