quarta-feira, 15 de abril de 2009

kronos

Foto de Sara M.G., Serralves, 2009
quando a primavera
se faz tarde
e os relógios
perdem a noção do tempo
quando as pétalas
caem ao desbarato
e o sol se aquieta
na sua ebulição

então é porque os sinos
se esqueceram
das albas
e as bibliotecas arderam
durante a noite.

apenas um velho
espalha teimosamente
pedaços de pão
na praça vazia
à espera de pombas
que não virão.

8 comentários:

Isabel disse...

bulição que o silêncio a.ferventa...:)


belo o dizer assim .

como asas.

maria josé quintela disse...

quando o tempo é tempo interior toda a espera é legítima...



beijo.

Bandida disse...

chegam à noite, as pombas. quando a praça dorme.


um beijo

Anónimo disse...

por ouvir os sinos é que vim :) um beijo grande, ângela

ps.: evento dia 25 de abril faz-me ir à invicta. aceitas um café nesse dia?

bettips disse...

Só os poetas acordam a noite e sonham os pombos.
Descrevem a sombra e enchem-nos de luz.
Bjinho

Susn F. disse...

É tempo de abrir as mãos para as poucas pétalas preciosas que aparecem quando não as esperamos.

Beijos ângela. Bom fim-de-semana.

observatory disse...

e porque foi escolhida a lampada do duchamp?

Helena Figueiredo disse...

Passei por aqui e gostei deste poema.

FEMINISTIZA_TE

visitantes da babel