de vez em quando
há uma solidão certeira
que me ataca pelas costas.
saída de um romance russo,
escura,
de contornos indefinidos,
e muito pesada.
não é a morte que receio.
é esta impossibilidade
de estender a mão
e sentir algum calor.
há uma solidão certeira
que me ataca pelas costas.
saída de um romance russo,
escura,
de contornos indefinidos,
e muito pesada.
não é a morte que receio.
é esta impossibilidade
de estender a mão
e sentir algum calor.
20 comentários:
Senti o poema, como se feito para mim... essa é a beleza da poesia.
Beijo, Ângela
[era o Minho, sim, em Cerveira :)]
percebo essa solidão saída de um romance russo...
estendo-te a mão.
beijo ângela.
A foto... com as palavras solitárias, sempre muito sentido-lugar, uma espécie de sentir diferente.
Bj
e essas casas da granja...
são lindas!
re-beijo.:)
lindo teu blog, fotos, textos. Muito bom, gostei daqui,
Maurizio
Tens as minhas mãos prolongadas ao meu ombro, sempre.
Confiança. Coragem.
Páscoa de esperança.
Oh Ângela, que bonito... A fotografia também, gosto muito. Lembra-me de outras tantas que fiz a pxb na Granja, ainda anos 70 (imagina tu!), quando conheci o Porto e as praias do Norte. Mas essa figura do "romance russo" é muito interessante... Transporta-nos a imagens ainda mais bizarras que os próprios romances russos, mais do género filme russo sabes? É que se pudéssemos fotografar a solidão ela seria de facto uma paisagem gélida e escura. Não te vejo nessa fotografia, ou pelo menos não te quero ver nela. Prefiro te ver na praia da Granja numa manhã de verão (e de mãos entrelaçadas). Mas isso sou eu, que além de romântica sou fotógrafa, e confesso-te que às vezes a fotografia (como tantas outras coisas)não passa de uma grande encenação...
Beijos de boa Páscoa a ti e às miúdas,
MM
Curiosíssima e oportuna coincidência (ou talvez não) a tua referência a W. Benjamin, leitura obrigatória dos meus alunos de mestrado em cultura visual. Mas o que te trago aqui não é sobre fotografia, mas sobre o romance, porque de facto somos incorrigíveis depois dos 50, e porque o leitor de romances (russos ou não) “é mais solitário do que qualquer outro leitor”:
“... o romance não tem significado porque representa, talvez de maneira instrutiva, um destino estranho, mas porque esse destino estranho, graças à chama pela qual é devorado, nos transmite um calor que nunca podemos obter do nosso. O que arrasta o leitor para o romance é a esperança de aquecer sua vida enregelada numa morte que ele vivencia através da leitura.” (W. Benjamin)
Um beijo de "bom feriado", vá lá, não sejas torta!..
MM
ps: bem me parecia que eras tu a passear pela Granja, naquele inesquecível verão precniano...
Graça,
depois de escrita, a poesia é de quem lhe quiser pegar. dá um abraço meu ao Rio Minho:)
Zé,
sabia que ias perceber.
bettips,
obrigada pelas tuas palavras.
maurizio,
espero que voltes, então:)
Tchi,
aceito todas as mãos:)
MM,
agora de manhã, relendo o que disseste de filmes, lembrei a Nostalgia do Tarkovsky...
olha que no verão precniano eu estava a fazer a revolução. só fui para a praia quando já não havia nada a fazer:)
passo muitas vezes pela granja :) e há algo teu no poema. um idioma que eu não aprendi a falar nem a escrever. mas eu também tenho sempre as mãos frias. um grande beijinho, ângela. e boa páscoa :)
Lindíssimo, Ângela!
Disseste a essência da solidão num mínimo que é o máximo...
Mas...estamos todos aqui, contigo, também sós nesse passeio existencial...
(eu "meto" sempre um toquezinho de filosofia :))
Boa Páscoa e um beijinho!
alice,
há também muita coisa que eu já não vou a tempo de aprender, mas irei aprendendo sempre.
ana paula,
embora por caminhos diferentes, a poesia e a filosofia falam das mesmas coisas...
Bonita foto e esbelto poema!
Desejo-lhe
BOA PÁSCOA.
bom domingo Ângela. de todas as páscoas.
beijo.
1º
retrocedamos dois dias
hoje é sábado ,dia 11 de Abril -
aos muitos.... ( lembras.te? ) acrescentamos mais um ,tá?
e o que se faz em circunstâncias semelhantes? - erguemos uma taça de champanhe e blá ,blá ,blá
2º
avançamos dois dias
hoje é segunda-feira ,dia 13 de Abril
posso emprestar.te um par de luvas quentinhas e dizer.te - este poema é um pouco/muito de ti
.
um beijo
e da solidão nasce o rio que nos leva ao mar da aprendizagem...
naveguemos pois que a vida é breve. mesmo que intensa.
bom dia!!!!!!
Gabriela,
faça o favor de não tentar desnudar-me, se bem que não sou envergonhada. obrigada pelas luvinhas:)
Isabel,
navegar é preciso... (bah... que banalidade para eu dizer... desculpa. não sai mais nada.)
beijo de bom dia!
regressei
com
saudades
da
tua
granja
em
fim
de
tarde
com
chuva
e
ok
entenditi:)))))))))
.
um beijo
ângela,
As minhas mãos não são muito quentes, mas chegam até si se precisar. Os meus olhos adoraram ler este poema.
Um abraço
Gabriela
será que entendesti?:) olha, mas eu preferia a granja com sol.
beijo
Susn,
eu sei que chegam. já chegaram várias vezes.
beijo
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