tenho sede.
falta-me a transparência da água. do granito. da malga de leite sobre a mesa. e também o silêncio das árvores, das ovelhas nos prados, do sino da aldeia que não é minha.
falta-me o sossego do mar e a inquietude de amar.
por isso esfrego as palavras com sabão, meto-as na lixívia, deixo-as corar sobre a relva e quando estiverem completamente opacas de brancura, entreter-me-ei a desfolhá-las sobre o chão para me cobrirem o rosto de uma desvergonha explosiva de mentiras.
3 comentários:
a cada dia mais soberana na "lavagem" das palavras.
mordentes. porém nunca morrentes!
beijo.
Textos e imagens que se completam com os sons. Verdadeira intertextualidade em acção.
Parabéns
Adrião de Abreu
Venho até aqui esfregar as minhas palavras. Lavá-las com a brancura de um elogio sincero.
Muito bom. Adorei.
beijinhos
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