domingo, 21 de novembro de 2010

a mão



tinha-se estilhaçado
o rosto durante
sete anos de alheamento
até que a lua desceu sobre a mão
e encontrou uma pele
ainda que levemente enrugada
seca de flores ou anémonas:


arrastou-a até à árvore
mais próxima
e deixou-a ali
agarrada a um tronco
que não tinha cintura.

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá Angela, obrigada pela visita ao onzepalavras e por acolher-me como sua seguidora.

Fico feliz que tenha gostado do blog. Volte mais vezes, como eu certamente farei.

Um abraço, Ana

© Maria Manuel disse...

às vezes, como que se hiberna em alheamento, pelos mais diversos motivos.

belo o seu poema, a sua imagem de uma pele «seca de flores ou anémonas» a precisar da pele da árvore para voltar a respirar. talvez que o nosso contactopermanente com a natureza nos seja essencial a algum equilíbrio íntimo.

abraço, Ângela.

FEMINISTIZA_TE

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